sábado, 9 de novembro de 2013


Aposentado

– Senta-te lá aí sossegado. Que raios!
– Desculpa – murmuro olhando os cacos da chávena que as minhas mãos não conseguiram segurar e entristeço-me ao perceber que os canso. Sou lento a chegar ao fim da rua, mas os meus passos às vezes ganham vontade própria. Lamento, se faço as mesmas perguntas vezes sem conta, mas a minha memória nem sempre as retém. Sei que não tenho a energia de outros tempos, mas perdoem-se se recuso aposentar-me da vida.

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