sexta-feira, 11 de abril de 2014


Abrigo

Repetiam-lhe que estava errado. Parou, cansado de discutir. Devagar, regressou ao automóvel. Desiludido, sentou-se ao volante. Vinte e dois anos. Era um jovem velho. Vagueou o dia inteiro. Buscava um canto isolado.
Aceitara uma missão impossível. Abraçara-a com amor infinito.
Um cão aproximou-se, rastejando. Sofredor, perscrutava a noite. Acariciou-o, e ele tremeu.
– Não tenhas medo – disse-lhe.
Paciente, ganhou-lhe a confiança.

Conduziu-o até ao abrigo. Era apenas mais um. Latidos acolheram-no com entusiasmo.
Quantos salvara já? Não sabia.
Quita Miguel

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