quinta-feira, 24 de julho de 2014


Mar

Por longo tempo, tentei que os meus pés se firmassem no chão, que as minhas mãos sentissem a solidez da terra, que o meu ser se habituasse à placidez da vida, procurando esquecer a perda que as águas insanas haviam tragado.

Mas o meu olhar perdia-se no horizonte na busca de um caminho sinuoso, instável, imprevisível. Então, descobri o que sempre soube: que a terra não é o meu lugar.

Sinto falta do balancear suave a transformar-se em equilíbrio precário, do cheiro a peixe que me invade as narinas.

Hoje, regressei à traineira e fiz as pazes com o mar.
Quita Miguel

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