sábado, 13 de fevereiro de 2016

A espera

«Oh, desculpe» era a frase que usava quando um cliente o fixava de cara emburrada, ao aperceber-se de que António Francisco só estava ali em corpo. 
Apaixonara-se pelo seu sonho e espantava-o a dimensão e o detalhe com que o iluminava. Era uma luz que lhe vinha da alma e que o fazia ignorar as vozes contrárias, aquelas que o apelidavam de louco.
Quando o realizaria? Não sabia, por isso, para já, tornara-se um mestre na espera.

Quita Miguel

Desafio RS nº 34 – frase de Mia Couto

Sem comentários:

Enviar um comentário