quinta-feira, 16 de março de 2017

SIGO

No velório, oculto a solidão, por uma atrapalhação bárbara, impossível de partilhar.
Saio de lamparina na mão, achando-me mística, procurando entender a hesitação do dedo do assassino, que me poupara do crime que terminara com a vida do meu pai.
Espicaço-me para não me sentir uma grande falida, perante o primeiro dos meus quatro filhos, cuja zanga afasta: vê-me rival, uma nota ridícula, uma ursa camuflada de Jaguar.
Uma mosca varejeira poisa no xaile e eu sigo.

Quita Miguel

Desafio RS nº 47 – 23 palavras obrigatórias!

Sem comentários:

Enviar um comentário